Sistema de monitoramento da BVRio valoriza ação dos catadores

Quais os principais desafios e soluções para o mercado de logística reversa no Brasil e no mundo? Você sabia que 11 milhões de toneladas de plástico são despejadas hoje nos oceanos? O mercado de reciclagem representa um grande mercado no planeta e exige um esforço conjunto de soluções para enfrentar a crise gigantesca tanto sob a ótica dos critérios ambientais, quanto sociais e econômicos. 

A BVRio apresentou no painel “Economia Circular” do evento ESG Exame, dia 10/05, o contexto global e os desafios do mercado de resíduos sólidos e como as empresas podem investir para mitigar o problema. As soluções envolvem a educação do descarte responsável das embalagens na natureza, os sistemas de créditos circulares para incentivar a estruturação de cooperativas de catadores, tecnologias para ampliar a coleta seletiva e a oferta de mecanismos que ajudem as empresas a cumprir a legislação. 

“O descarte inadequado dos resíduos é um problema mundial. O resultado são milhões de toneladas de garrafas pet, latinhas e outros resíduos que chegam aos oceanos”, destaca o co-fundador e Presidente do Conselho da BVRio, Pedro Moura Costa. “Cada setor deve estruturar sua cadeia de logística reversa e o conceito de créditos de plástico pode ser usado por diversos segmentos”, comenta Pedro. 

A BVRio foi pioneira ao criar o primeiro sistema de ‘créditos de logística reversa’ do mundo em 2013, atualmente adotado por diversas empresas e organizações. Um dos grandes legados da plataforma de negociação de créditos de resíduos é a valorização do trabalho social dos catadores. “Quando os catadores realizam a coleta dos materiais recicláveis, eles estão ao mesmo tempo prestando um serviço ambiental à sociedade”, disse o co-fundador e CEO da BVRio, Maurício Moura Costa.  

A grande questão é a realização de investimentos que possam alavancar as oportunidades de coleta seletiva. A BVRio desenhou um sistema de monitoramento das atividades na cadeia de reciclagem. “Uma tonelada de materiais recicláveis recuperados pelas cooperativas e vendidos para a indústria da reciclagem gera um crédito de logística reversa. Esse crédito é vendido pela cooperativa para uma empresa que precisa fazer a logística reversa de suas embalagens pós-consumo. A venda dos créditos para as empresas gera uma receita para os catadores, adicional à receita obtida com a venda dos materiais para a indústria da reciclagem”, explica Maurício. 

Segundo relatório recente do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), o Brasil ainda desperdiça anualmente cerca de R$ 8 bilhões, lançando materiais recicláveis em lixões, aterros controlados ou sanitários. A grande dificuldade hoje de investimento é desenvolver meios para aumentar a quantidade de material reciclado. 

Os créditos circulares aumentam a remuneração dos catadores. Certos materiais como o vidro, que têm um valor muito baixo, exigem um incentivo para ampliação de sua coleta. “Há tanto lixo plástico quanto humanos no mundo. De acordo com as previsões, o lixo plástico deve dobrar até 2040 e menos da metade será coletado. O resto acabará queimado ou nos oceanos”, diz o diretor do Hub de Ação Circular, Thierry Sanders. 

Se você não assistiu ao painel, confira aqui.