100 toneladas de lixo serão retiradas da Baía de Guanabara

Após a primeira fase concluída com sucesso, a empresa de impacto social italiana Ogyre renovou a parceria com a BVRio para continuar o projeto de retirada de resíduos da Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro, com o objetivo de coletar cerca de 100 toneladas de resíduos nos próximos 12 meses. 

A coleta de plásticos rendeu a cada pescador na Ilha do Governador mais de um salário mínimo extra entre dezembro de 2021 e março de 2022. A boa notícia é que esta renda adicional continuará a ser distribuída nesta nova etapa do projeto, que irá beneficiar diretamente cerca de 25 famílias de pescadores locais que coletam resíduos do oceano. Os trabalhos foram reiniciados no dia 06 de abril. 

A meta agora é audaciosa e estima coletar o dobro do material nesta segunda fase. De 800 quilos por semana, queremos atingir a retirada de 1 tonelada de resíduos por dia, 2 toneladas por semana, totalizando 100 toneladas de resíduos retirados do mar, rios e mangues em cinquenta semanas de trabalho. Na primeira fase, que durou cerca de três meses, foram coletadas mais de 12 toneladas pelos arredores da Colônias Bancários e Z-10, com a participação de 10 pescadores de cada associação, além do acompanhamento de dois coordenadores e uma líder comunitária, gerando renda para 25 famílias. 

Além do benefício ambiental, a iniciativa gera um impacto social significativo, oferecendo remuneração justa para a comunidade local. No total, foram pagas 24 diárias de R$ 300 para 10 duplas de pescadores, um investimento direto de R$ 72.000,00 para a comunidade local, o equivalente a quase o dobro do salário mínimo diário no Brasil. Um bônus também foi concedido no final do projeto para os pescadores que coletaram o maior volume de resíduos. 

Das 12 toneladas de plástico coletadas do mar e dos manguezais, quase 20% conseguiu ser aproveitado para reciclagem e vendido para a cooperativa de catadores por meio do app KOLKET. O resto foi destinado ao Aterro Sanitário Municipal do Rio de Janeiro em Seropédica.

Crédito da foto: Maria Morgado

Pedro Succar, especialista em economia circular da BVRio, disse: “ficamos muito contentes com a continuidade dos trabalhos, pois entendemos que projetos como esse de limpeza da baía de Guanabara podem servir como inspiração para implementar e replicar este modelo em outros lugares”.

Andrea Faldella, co-fundador da Ogyre, afirmou que “dar continuidade ao projeto é fundamental tanto para a comunidade local de pescadores quanto para a Baía de Guanabara. A parceria com a BVRio será duradoura e estendida a outros locais, no Brasil e no exterior”.

Registro no KOLEKT 

A coleta está sendo registrada e monitorada pelo app KOLEKT da BVRio, como parte dos testes de campo do aplicativo. O app é usado para rastrear e administrar todas as transações de coleta, compra e venda de resíduos, dando maior transparência aos processos da operação para todos os envolvidos. Por meio de imagens e GPS, o app verifica tanto os registros dos pescadores, quanto do comprador, neste caso, a cooperativa Cooperecológica. 

O app permitiu o rastreamento do volume coletado no mar, triagem do que podia ser aproveitado para a reciclagem e enviado pela cooperativa, tendo sido testado pela primeira vez no Brasil pelo projeto da Ogyre. “Foi uma ótima experiência e já percebemos oportunidades de melhorias que já estão sendo  implementadas”, enfatizou Succar. Em breve, os pagamentos poderão ser feitos via aplicativo.

Baixe o app de graça no Google Play ou Apple Store. Faça o cadastro e verifique quais são as ofertas que estão disponíveis, e também inclua os materiais que queira vender ou comprar. Além disso, a sua empresa pode financiar um projeto para que um catador informal ou uma associação ampliem suas coletas de resíduos sólidos e, assim, contribuir para a promoção de uma economia mais verde e inclusiva.  

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