Gerando benefícios socioambientais por meio da emissão de créditos circulares para a coleta de resíduos plásticos por comunidades de catadores no Brasil e no México.

Janeiro, 2021 Junho, 2022

Financiamento

  • PREVENT Waste Alliance

Parcerias

  • Entreamigos
  • Cirplus

Sobre o projeto

A PREVENT Waste Alliance, uma coalizão global envolvendo o setor privado, universidades, sociedade civil e instituições públicas, selecionou a Plataforma de Ação Circular como uma das oito soluções mais inovadoras e sustentáveis no mundo para fomentar a economia circular em países de baixa e média renda.

A BVRio, em parceria com a PREVENT, desenvolveu o projeto “Créditos de Plástico para uma circularidade inclusiva e transparente”, a ser conduzido por um consórcio internacional, sendo a BVRio responsável pelas atividades no Brasil e, parcialmente, no México, em colaboração com a Entreamigos.

O projeto teve o objetivo de estabelecer os créditos circulares como um mecanismo de mercado robusto para conectar projetos formais e informais de recuperação de resíduos e de reciclagem com empresas e investidores dispostos a apoiar essas atividades por pagamentos por performance, garantindo sua sustentabilidade financeira a longo prazo.

Os créditos emitidos beneficiaram dezenas de cooperativas de catadores em três estados do Brasil e centenas de catadores no México, integrantes de uma rede implementada pela iniciativa Entreamigos. Além disso, a Cirplus, uma das parceiras do consórcio, avaliou os centros de reciclagem mexicanos que desenvolveram uma plataforma para facilitar a venda e compra de plásticos recicláveis e reciclados.

Cooperativas participantes

  • Beija Flor, Rio de Janeiro, Brasil (Projeto #238 na Plataforma de Ação Circular)
  • Cooper Ecológica, Rio de Janeiro, Brasil (Projeto #263 na Plataforma de Ação Circular)
  • ACERJ, Rio de Janeiro, Brasil (Projeto #278 na Plataforma de Ação Circular)
  • Coopama, Rio de Janeiro, Brasil (Projeto #252 na Plataforma de Ação Circular)
  • CoopGaleão, Rio de Janeiro, Brasil (Projeto #249 na Plataforma de Ação Circular)
  • Cooperben, São Paulo, Brasil (Projeto #149 na Plataforma de Ação Circular)
  • Mãos Dadas, São Paulo, Brasil (Projeto #151 na Plataforma de Ação Circular)
  • Rede Catavales – Ascamar, Ascabeo, e Acamari, apoiada pela Atlimarjom (Projeto #164 na Plataforma de Ação Circular), Minas Gerais, Brasil
  • Entreamigos, Nayarit, México (Projeto #265 na Plataforma de Ação Circular)
  • Vida Verde, Nayarit, México
  • Sayulita Sonriente, Nayarit, México
  • Las Palmas Centro de Triagem, Nayarit, México

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Veja os projetos na Plataforma de Ação Circular

Impacto

Desenvolvimento de princípios, diretrizes e protocolos

O projeto contou com um Comitê Técnico Consultivo (TAC) para estabelecer os nove princípios orientadores da Plataforma de Ação Circular e sete para o Mecanismo de Créditos Circulares (CCM), cinco dos quais se sobrepõem.

Para contextualizar os princípios da Plataforma de Ação Circular e do Mecanismo de Créditos Circulares, um Guia de Boas Práticas para sistemas de crédito’foi publicado em três idiomas, português, inglês e espanhol.

Pensando em assegurar qualidade e transparência na aplicação do CCM, foi desenvolvido um Protocolo de Auditoria, com uma lista de itens de controle para validação e um modelo de relatório para monitoramento, além de testar em campo e fazer adequações no app KOLEKT.

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Membros do Comitê Técnico Consultivo (TAC)

Desenvolvimento da Plataforma de Ação Circular e do Mecanismo de Créditos Circulares

Fundada em agosto de 2020, a Plataforma de Ação Circular está em constante evolução, servindo tanto a projetos de recuperação ou reciclagem quanto a empresas que buscam soluções para cumprir com obrigações de pegada de resíduos. A plataforma foi aprimorada nesse período para simplificar o registro de projetos, incluir novos padrões de certificação o OBP Neutrality Subprogram, e novos serviços para empresas, oferecidos pela Circular Action, parceira estratégica da BVRio.

Créditos Circulares na Prática

Catadores de países em desenvolvimento sofreram com as restrições decorrentes da pandemia COVID-19, que resultaram na redução das atividades econômicas, das taxas de coleta de resíduos, e dos preços pagos pelos materiais recicláveis, além do impacto direto na saúde. Uma das metas desse projeto foi gerar renda extra aos catadores afetados pela pandemia com a venda de Créditos Plásticos.

Cerca de 350 catadores foram beneficiados com os créditos, cerca de 250 no Brasil. Ambos os projetos pilotos foram auditados de forma independente, para avaliar e assegurar que as iniciativas participantes cumprissem os Princípios do CCM. As diferentes realidades, estruturas e relações sociais das iniciativas exigiram uma abordagem flexível, tendo o melhoramento contínuo como princípio orientador.

No total, os créditos circulares emitidos pagaram pela recuperação de 1562.5 toneladas de resíduos plásticos às cooperativas brasileiras e 148.45 toneladas para catadores autônomos no México.

Um fato muito importante foi a emissão de créditos para qualquer tipo de plástico coletado. Os dados do projeto indicam que vários tipos foram recuperados: PET (incluindo os denominados “óleo PET”), PEBD, PEAD, PS, PP, PVC, “Poly” (metacrilato de metila), e outras descrições genéricas, como “filme plástico”, “plástico duro”, “plástico fino”, “saco plástico”, “sucata plástica”, e “placa de raio-x”. Isto é relevante porque apenas poucos tipos de plástico têm um bom valor de mercado para os catadores. Neste caso, os créditos circulares ofereceram um incentivo único para que os catadores continuem ou começassem a coletar e classificar todos os tipos de resíduos plásticos para a cadeia de reciclagem

Projeto piloto no Brasil

Um total de 10 cooperativas de catadores, de três estados brasileiros, participaram do projeto piloto no Brasil, selecionadas por meio de chamada pública ou parcerias estabelecidas anteriormente.

Conheça alguns dos beneficiários no Brasil

Cooperativa Beija Flor, Rio de Janeiro, Brasil

“Cooperativa é um espaço de promoção da sororidade” Iara Meiri de Melo Moura Silva, 40 anos, mãe de dois filhos, começou a trabalhar no mercado de reciclagem há mais de 20 anos com a mãe, que veio do Nordeste para o Rio de Janeiro aos 17 anos. Iara é uma das líderes femininas nas cooperativas de catadores do Estado do Rio de Janeiro, na Cooperativa Beija Flor. Por trás do amor pela profissão, há sempre uma história de grande força e inspiração da família que, em geral, trabalha unida, ensinando o ofício da coleta e triagem para outras gerações.

Cooper Ecológica, Rio de Janeiro, Brasil

“A reciclagem era uma oportunidade de trabalho no bairro do Jardim Gramacho, onde quase 40 mil pessoas dependiam do lixo para viver. Gerações inteiras viveram do lixo por mais de 30 anos. Mais de 10.000 toneladas eram despejadas todos os dias no maior lixão da América Latina.” A cofundadora da Cooper Ecológica, Clarisse Aramian.

Cooperativa ACERJ, Rio de Janeiro, Brasil

Nascida em uma tradicional família de catadores do Rio de Janeiro, Glória de Souza dos Santos, 45 anos, atua há mais de três décadas no mercado de reciclagem. Ela foi criada em Laureano, bairro do Jardim Gramacho, o maior “centro de reciclagem do Estado do Rio de Janeiro”, onde junto com sua mãe e irmãos aprendeu a complexa tarefa de separar dezenas de materiais que chegavam ao “controle aterro sanitário” no município de Duque de Caxias.

Projeto piloto no México

No México, a rede foi composta por quatro organizações de catadores, incluindo um centro de triagem que comprou os materiais recicláveis, e 82 catadores autônomos, que trabalhavam nas ruas e aterros sanitários. O vídeo feito pela Entreamigos mostra o primeiro pagamento resultado da emissão de créditos, em dezembro de 2021.

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