Publicação “REDD+ Integrado: modelo financeiro para viabilizar as metas do Acordo de Paris”
Rio de Janeiro, 22 maio, 2017 – Hoje a Aliança REDD+ Brasil publicou o relatório “REDD+ Integrado: modelo financeiro para viabilizar as metas do Acordo de Paris” com o objetivo de contribuir para o debate sobre a inclusão do REDD+ em mercados, descrevendo uma proposta de mercados de carbono distintos, mas, complementares, como solução para a viabilização da inclusão de REDD+ e apoio ao cumprimento do Acordo de Paris. No momento de crise que o Brasil passa, onde o orçamento do Ministério do Meio Ambiente foi reduzido em mais de 50%, o mecanismo de REDD+ é uma ferramenta importante para gerar recursos para o governo, produtores, comunidades tradicionais e indígenas de modo a proteger nossos recursos naturais e pôr fim no desmatamento ilegal.
O modelo “REDD+ Integrado”
“REDD Integrado” é uma proposta de criação de mercados distintos mas complementares nos quais o REDD+ seria associado a portfólios balanceados com a inclusão de outros projetos não-florestais, semelhante à exigência de “suplementaridade” adotada pelo Protocolo de Quioto. Dessa forma, a Aliança REDD+ Brasil propõe uma arquitetura de mercado de carbono que inclua REDD+ integrado a outras atividades não-florestais, baseado em uma estratégia de proteção florestal, produção agropecuária e descarbonização de outros setores da economia – o “REDD Integrado”. Se bem administrada a inclusão de oferta de REDD+, o Brasil tem potencial para captar até US$ 70 bilhões para a conservação florestal na Amazônia até 2030, sem afetar outros setores da economia, e suas contribuições para o processo de inovação e descarbonização da economia como um todo.
O Brasil tem todas as condições de adotar o conceito de REDD+ Integrado, seja no âmbito doméstico ou mesmo internacional, basta incorporar este conceito na estratégia de implementação da Política Nacional de Mudanças do Clima. Até hoje, as reduções de emissões por desmatamento alcançadas pelo Brasil são resultado de um esforço conjunto entre Governo Federal, Estados, municípios, produtores rurais, comunidades indígenas, populações tradicionais e tantos outros atores. A diversificação e a ampliação das fontes de financiamento têm o poder de emancipar os proprietários rurais, as comunidades tradicionais e os povos indígenas para sejam recompensados e continuem conservando os recursos florestais, mantendo os ativos ambientais para as futuras gerações brasileiras e para o mundo.
Sobre a Aliança REDD+ Brasil
Formada por BVRio (Bolsa de Valores Ambientais do Rio de Janeiro), Biofílica Investimentos Ambientais, Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Instituto Centro de Vida (ICV), Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), Instituto de Pesquisas da Amazônia (IPAM), Environmental Defense Fund (EDF) e Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), a Aliança REDD+ Brasil trabalha para divulgar o REDD+ como ferramenta voltada a pôr fim no desmatamento ilegal e gerar recursos para governo, produtores, comunidades tradicionais e indígenas. O Brasil tem potencial para captar até US$ 70 bilhões por meio de REDD+ na Amazônia até 2030, e a Aliança quer contribuir para que o país esteja em posição de liderar o crescente mercado de compensação de emissões de carbono por nações, unidades subnacionais, setores produtivos e grandes eventos.