Oferecendo benefícios sociais e ambientais, a iniciativa ‘pescando resíduos’ financia comunidades pesqueiras para remover resíduos dos mares e costas, aplicando tecnologia de ponta para monitoramento e utilizando métodos de pesca tradicionais.

Volume total coletado

O projeto “Pescando Resíduos” aborda um problema crítico: a poluição dos oceanos, especialmente nas áreas costeiras onde muitos pescadores artesanais vivem. Essas comunidades, presentes em todo o mundo, enfrentam desafios devido às mudanças climáticas, que afetam a produtividade das áreas de pesca, tornando-as menos lucrativas. Além disso, sofrem com o descarte inadequado de resíduos, já que rios transportam grandes quantidades de detritos para o mar e as áreas costeiras frequentemente são usadas como depósitos informais de lixo.

Essa situação leva muitos pescadores a abandonar suas formas de subsistência tradicionais. Desde 2021, a BVRio tem trabalhado com comunidades de pescadores artesanais no Brasil e Moçambique para criar um programa sustentável e eficaz que tenha um impacto positivo tanto no meio ambiente quanto nas condições de vida dessas comunidades.

No projeto, pescadores que não conseguem mais depender apenas da pesca recebem apoio financeiro em troca do compromisso de dedicar algumas horas por semana à remoção de resíduos dos mares e manguezais, utilizando seus barcos e conhecimento local. Os resíduos coletados são cuidadosamente registrados e pesados com a ajuda do aplicativo de gestão de resíduos KOLEKT. Em seguida, esses resíduos são entregues a cooperativas locais de reciclagem ou encaminhados adequadamente para aterros sanitários públicos.

A coleta de resíduos é realizada regularmente por equipes de pescadores em barcos tradicionais ou em operações de limpeza de praias organizadas. Todo o processo, desde a coleta até o registro das atividades, é monitorado de forma transparente através do aplicativo KOLEKT, que utiliza imagens e GPS para verificar informações relacionadas aos vendedores, pescadores e compradores (cooperativas de reciclagem). Um painel de controle online é utilizado para rastrear e gerenciar todas as transações.

Nosso projeto visa beneficiar o maior número possível de pescadores e, por isso, estabelece limites para a quantidade de resíduos que cada equipe pode coletar com financiamento. Essa abordagem garante que não haja dupla contagem de atividades e recursos, promovendo eficiência e abrangência no combate à poluição marinha.

Saiu na imprensa

O projeto já recebeu grande atenção da mídia no Brasil e internacionalmente.

A agência de notícias Reuters visitou os pescadores da Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, Brasil, no início do projeto, para conversar com eles sobre esse novo tipo de trabalho e o impacto dos resíduos no oceano sobre sua pesca.

“Nosso diferencial é a nossa experiência com os manguezais; sabemos o melhor momento para entrar e sair deles. O projeto é muito bom porque oferece empregos para várias pessoas que não têm uma renda completa, além de ajudar a Baía de Guanabara.” – Thales, Pescador, Vila do Fundão.

Impacto

Países

Operamos no Brasil e em Moçambique

Comunidades

164 pessoas de comunidades pesqueiras já beneficiadas

Resíduos coletados

572+ toneladas coletadas (até 30 de Outubro de 2024)

Materiais

Recuperação multimaterial, incluindo diferentes tipos de plástico, vidro, metal, tecido e equipamentos elétricos.

Tecnologia e verificação

O aplicativo KOLEKT monitora a ‘pesca’ de resíduos, utilizando imagens e GPS para verificar os registros dos pescadores (vendedores) e dos compradores (cooperativas de reciclagem, recicladores, aterros sanitários, etc.). Para este projeto, há um acordo de compra com cooperativas de coleta de resíduos locais, mas o KOLEKT foi criado para negociar resíduos no mercado livre.

O KOLEKT oferece rastreabilidade dos resíduos ao longo de toda a cadeia de reciclagem, proporcionando transparência para todas as partes envolvidas no processo. Os materiais são registrados em um formato que permite monitorar, validar e certificar de forma eficiente a recuperação e a reciclagem de resíduos conforme normas reconhecidas. Os materiais são catalogados por peso, tipo e estado, além da data e local da coleta, com o uso de fotografias para que todos os usuários possam verificar os materiais disponíveis.

Conheça os pescadores artesanais envolvidos no projeto

Expansão global

A BVRio trabalha com pescadores e catadores informais de resíduos no Brasil há mais de uma década. Além disso, nossas operações em gestão de resíduos já se expandiram para a Ásia e a África. O projeto Pescando Resíduos foi pensado para ser replicável e ampliado tanto no Brasil quanto em Moçambique, e também em outros países onde temos relacionamentos estabelecidos com operadores de resíduos e um profundo conhecimento das cadeias regionais de logística de resíduos.

Outras comunidades pesqueiras já foram identificadas e estão aguardando financiamento para iniciar as operações.

Distribuição dos Fundos

A maior parte do financiamento recebido é investida diretamente nos salários dos pescadores e coordenadores locais, que recebem uma remuneração justa pela coleta e triagem de resíduos. Além disso, o financiamento é destinado à compra, manutenção e reparo de equipamentos de proteção e higiene, considerando os riscos associados ao trabalho. A transparência e a responsabilidade são asseguradas por meio de auditorias e verificações periódicas e independentes. A equipe da BVRio recebe uma pequena parte do financiamento para executar e expandir o projeto, garantindo sua implementação e beneficiando pescadores ao redor do mundo.

A equipe da BVRio realiza visitas regulares às comunidades participantes para verificar o desempenho, o que é essencial para o pagamento, assegurando a motivação contínua e o engajamento dos pescadores.

Este projeto é ideal para organizações que buscam atender às exigências da Responsabilidade Estendida do Produtor e/ou implementar ações práticas e mensuráveis de Responsabilidade Social Corporativa (CSR).

“É fácil usar um coletor para pescar o que encontramos flutuando na Baía de Guanabara. O projeto é incrível e maravilhoso; estamos limpando a Baía de Guanabara!” – Bruno, Vila do Fundão.

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Financiadores

Ogyre

Sobre: A BVRio é a parceira operacional da Ogyre no Rio de Janeiro, Brasil. A Ogyre atua em portos no Brasil, na Indonésia e na Itália e apoia os pescadores patrocinando a coleta de resíduos. A missão da Ogyre é reduzir o desperdício nos oceanos, o que condiz com a missão da BVRio de promover a sustentabilidade ambiental e social. Desde 2021, o projeto vem envolvendo colônias de pescadores na Baía de Guanabara e alcançou resultados significativos

Número de pescadores beneficiados: 20 regulares 

Ativo: Abril 2022 – presente

Volume total recuperado: 348 toneladas (até 31 Outubro 2024)

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Ocyan

Sobre:  A Ocyan é uma empresa de energia que atua no Brasil e no exterior. A participação no projeto faz parte de sua atuação em Responsabilidade Socioambiental, e a parceria com a BVRio é uma das ações que a empresa prevê para os próximos anos. A sede da Ocyan está localizada às margens da Baía de Guanabara e, das janelas do escritório, é possível ver a baía e vários barcos atracados. Eles consideram a baía um bem valioso para o Rio de Janeiro e entendem que há muito a ser feito para sua completa limpeza, o que exige um esforço coletivo.

Número de pescadores beneficiados: 22

Ativo: Outubro 2023 – Junho 2024

Volume total recuperado: 82.5 tons (to 30 Jun 2024)

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BVRio

Sobre: A BVRio, a iniciadora do projeto, tem um longo histórico de trabalho com pescadores e cooperativas de resíduos. De tempos em tempos, a BVRio financia atividades de limpeza envolvendo os pescadores do Pescando Resíduos, como um esforço especial para limpar as ilhas Raimundo e Fundão.

Número de pescadores beneficiados: 22

Ativo: Junho 2024 – presente

Volume total recuperado: 11.5 tons (to 30 Setembro 2024)

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AMOR - Mozambique Recycling Association

Sobre: A AMOR desenvolve projetos de coleta de resíduos marinhos em Moçambique. A BVRio e a AMOR estabeleceram uma parceria para treinamento e uso do aplicativo KOLEKT nas operações em Moçambique, tornando o registro das atividades mais transparente e fácil de monitorar. O projeto foi realizado em áreas costeiras próximas a Maputo e Beira.

Número de pescadores beneficiados 126

Ativo: Sep 2022 – May 2023

Volume total recuperado: 130 tons (to 31 December 2023)

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