Final da Copa do Nordeste terá troféu sustentável
No próximo dia 3 de abril, domingo, os clubes Sport e Fortaleza irão se enfrentar no último jogo da grande final da Copa do Nordeste, considerada um dos campeonatos regionais mais importantes do país. Uma das novidades é que, neste ano, o meio ambiente entra em campo também e o jogador que fizer o ‘Golaço da Competição’ vai levantar um troféu de madeira nativa certificada pelo FSC (Forest Stewardship Council), produzido por artesãos da Movelaria Anambé (Pará), em parceria com a BVRio. A final acontece às 18h30 (horário de Brasília) na Arena Castelão (Fortaleza) e a transmissão ao vivo será feita pelo SBT (TV aberta), ESPN (TV fechada) e Nordeste FC, na internet. O troféu, feito em madeiras ipê e muiracatiara, foi idealizado pelo renomado designer Carlos Motta.
Foto: Nelcivan Sousa dos Santos, artesão da Coomflona, durante a produção do Troféu Sustentável da Copa do Nordeste 2022. Crédito: divlugação
A ação faz parte de uma série de iniciativas do campeonato, que tem um braço social chamado Nordeste Cuida e já abraçou causas nobres como campanhas de combate à fome e contra a doença de Chagas. Além do troféu sustentável, as lonas usadas nos jogos também serão doadas para o Grupo de Interesse Ambiental – GIA e transformadas em mochilas, pochetes e capas de pufe, entre outros novos produtos.
“A ideia é ampliar cada vez mais essa discussão”, diz Carlos Henrique Rodrigues Alves, consultor de sustentabilidade para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Segundo ele, o futebol é uma poderosa ferramenta para a educação para a sustentabilidade e toda ação que jogue luz ao tema é relevante.
Os troféus de madeira nativa certificada já existem, desde 2018, na Copa Verde, que reúne equipes do Centro-Oeste e do Norte, além do estado do Espírito Santo, e já tem um histórico de sustentabilidade.
“A ideia do troféu é disseminar para o grande público os valores do desenvolvimento sustentável. Acreditamos que o esporte, especialmente o futebol, é um grande interlocutor sobre o tema da educação para uma economia verde e, ser acolhido pela Copa do Nordeste, é uma honra para nós”, destaca Renato Castro Santos, Gerente de Design & Madeira Sustentável da BVRio.
Para Daniela Vilela, diretora executiva do FSC Brasil, esse tipo de iniciativa é importante para mostrar ao maior número de pessoas possível que cuidar da floresta, se preocupar com a sustentabilidade, não é algo difícil. “Todo mundo pode fazer a sua parte escolhendo de forma mais consciente aquilo que compra, por exemplo”, completa. “E, nesse caso, conhecimento é chave do negócio e usar o futebol para informar é um verdadeiro golaço”.
A história do troféu
A Coomflona, onde o troféu foi produzido, possui o selo FSC 100% comunitário para manejo florestal desde 2013 e comprova a importância dos pequenos produtores na conservação das florestas. A movelaria é um empreendimento comunitário administrado pela Cooperativa Mista da Floresta Nacional do Tapajós, no Pará.
Hoje, eles são parceiros da Iniciativa Design & Madeira Sustentável, desenvolvida pela BVRio, em parceira com o FSC e a própria cooperativa, que leva designers renomados até a comunidade, viabiliza workshops, troca conhecimentos e conecta os empreendedores da Amazônia ao mercado.
Atualmente, cerca de 200 pessoas trabalham na Coomflona, dentro do manejo florestal. Entre os avanços conquistados ao longo desses quase 10 anos, eles citam a diminuição do desmatamento, o aumento da renda e o acesso à educação.
Para a Copa do Nordeste, especialmente, a BVRio convidou o designer Carlos Motta, sob a marca Attom, para criação do primeiro troféu sustentável do campeonato.
As gravações dos logos foram feitas na fábrica da Tramontina em Belém, onde são produzidos móveis de madeira para áreas internas e externas e utilidades domésticas. A Tramontina possui certificação FSC de cadeia de custódia, o que possibilita a rastreabilidade de produtos de origem florestal e garante ao consumidor o uso de matéria-prima de florestas manejadas, segundo rigorosas normas e critérios que levam em consideração não apenas aspectos ambientais e econômicos, mas também sociais.