Começa a produção dos troféus de madeira certificada para a Copa Verde 2021
Designers inspiraram-se nas florestas brasileiras e torneio promove a biodiversidade e as boas práticas de sustentabilidade através do futebol
Um ano e duas Copas Verdes. Duas boas oportunidades para difundir temas relacionados à conservação do meio ambiente. Pioneira em adotar medidas para incentivar a sustentabilidade e o respeito à natureza, desde 2017, a competição traz para o centro do campo – e do debate – troféus feitos de madeiras nativas oriundas de um projeto de manejo florestal comunitário certificado pelo FSC®.
Os vencedores da Copa Verde 2021 serão premiados com troféus produzidos na Movelaria Comunitária Anambé, da Coomflona – Cooperativa Mista da Floresta Nacional do Tapajós, no Pará, e idealizados pelos designers Guido Guedes e Alessandra Delgado. A produção é resultado da iniciativa Design & Madeira Sustentável, coordenada pela BVRio, em parceria com a Coomflona e o FSC, que visa construir pontes entre as florestas e os principais mercados consumidores do país.
Zedequias Pedroso da Silva trabalhando no torno para a confecção de um dos troféus da Copa Verde, na Movelaria Comunitária Anambé, da Coomflona.
A edição deste ano do campeonato foi lançada no dia 12/10, em Belém, com a participação de 24 clubes das regiões Norte e Centro-Oeste, mais o Espírito Santo. Conhecida pelo seu viés sustentável, a Copa Verde se tornou, em 2016, a primeira competição carbono zero do futebol brasileiro. No total, já foram plantadas 5.900 árvores, o suficiente para a compensação de 1.278 toneladas de CO2 equivalente. Além dos troféus feitos com madeira certificada, concursos educacionais, uso de papel certificado e troca de garrafas pet por ingressos estão entre as ações já implementadas.
A competição também se preocupa em valorizar a Amazônia e o Pantanal. “A Copa Verde reúne times das regiões que concentram a maior biodiversidade do país”, diz Daniela Vilela, diretora executiva do FSC Brasil. “Aproveitar o futebol para estimular boas práticas e a conservação do meio ambiente é uma ótima oportunidade”, completa. Aos poucos, as pessoas e a iniciativa privada – e até o esporte – estão se percebendo como responsáveis pelos problemas ambientais. E todo mundo pode fazer a sua parte.
Parcerias de sucesso
Em 2017, com apoio do Ministério do Meio Ambiente, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e o FSC Brasil uniram esforços para implementar ações sustentáveis relativas à Copa Verde e promover o manejo responsável das florestas brasileiras. “Ao juntar duas paixões nacionais, o futebol e a Amazônia, provamos que pode existir um campeonato voltado para práticas socioambientais”, diz Daniela.
Em 2018, com o início das atividades da iniciativa Design & Madeira Sustentável, a parceria ganhou mais visibilidade com a adesão de grandes nomes do design brasileiro.
De lá para cá, foram nove troféus assinados por Cristiano do Valle, Carlos Motta, Leonardo Lattavo, Claudia Moreira Salles, Julia Krantz, Paulo Alves, Roberta Rampazzo e, agora, Guido Guedes e Alessandra Delgado.
Para Beto Mesquita, Diretor de Florestas e Políticas Públicas da BVRio, “as ações da Copa Verde permitem levar ao grande público a mensagem da sustentabilidade e do valor da floresta em pé, com exemplos concretos de que é possível proteger a floresta e gerar renda para as comunidades que delas dependem diretamente”. Com as ações de comunicação realizadas durante o campeonato, o público recebe informações sobre reciclagem de resíduos, origem das madeiras e a função das florestas para o clima global. “Além de aproximar o manejo florestal comunitário de nichos de mercado de alto valor agregado, também contribuímos para conectar grandes públicos com esta agenda”, completa Mesquita.